“Chega de Saudade,
Vinicius de Moraes e Tom Jobim”
Em 19 de
outubro de 1913 nascia o mote desta noite. Hoje, 14 de junho de 2013 (de forma
antecipada posto que a reforma da escola se aproxima), a E.E.E.M. Cônego Leitão,
com um Sarau, comemora o centenário de nascimento do poeta Marcus Vinicius da
Cruz de Mello Moraes: simplesmente Vinicius de Moraes. O Sarau foi realizado na
concha acústica da Praça da Bandeira; organizado por uma equipe de professores
e alunos da escola Cônego Leitão, oferecido como presente à comunidade
castanhalense e a Vinicius como celebração de amizade.
Para ele, a
amizade era o que nos fazia seres humanos: era impossível passar sem amigos.
Nesta noite todos os que participaram, mesmo que desconhecendo o poeta, tornaram-se
seus amigos. Lembrar também é prova de amizade. Nesta noite dissemos: chega de saudade, como em sua música. Canções
foram cantadas, poemas ora declamados ora vivenciados, aplausos, satisfação do
público. Tudo foi realizado de forma singela, descontraída, amadora, livre;
exatamente como fora a vida de nosso homenageado.
Vinicius além
de poeta foi músico, melodista, advogado, diplomata, coautor da Bossa Nova e,
principalmente, amador. Amou perigosamente nove mulheres. Segundo Tônia
Carrero: “Vinicius era capaz de tudo, qualquer baixeza para conquistar uma
mulher”. Não era simplesmente para conquistar, mas sim para ter novamente a
chama que alimentava a poesia dele: chamada de paixão. Talvez por isso casou-se
nove vezes: buscando uma paixão eterna. Muitos não o compreendendo o chamaria
de libertino posto que ele trocava de mulher com frequência. Porém, não era
assim. Ele buscava o que o seu verso traduzia (que seja infinito enquanto
dure), e quando uma mulher não era mais capaz de despertar a paixão nele, a
relação chegava ao fim. Com muito sofrimento, até outra mulher despertar-lhe
uma nova paixão que ele empenhava-se por viver loucamente. Essa característica
explica tanta poesia de cunho amoroso; algo difícil de imaginar em um homem
simploriamente devasso e leviano. Aliás, os amigos íntimos para debocharem do
fato de tantos casamentos assim cantavam:
Se eu tivesse, se eu tivesse muitos vícios...
O meu nome, o meu nome era Vinicius...
Se esses vícios fossem muito imorais...
Eu seria o Vinicius de Moraes.
Essa vertente,
de sua poesia e música, foi a mais lembrada pelos alunos da Escola Cônego
Leitão. Nossos alunos, durante as apresentações, conseguiram sensibilizar os
mais profundos sentimentos da plateia, enfim, remoçaram a poética de Vinicius.
Foi uma noite linda. Com este Sarau terminamos o semestre; e damos
prosseguimento a uma tradição de apresentações culturais iniciada com a
CONARTE.
Por prof. Marcos Roberto.
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